Poliana continuava lutando para que as trigêmeas dessem os primeiros passos no desenvolvimento. Ela tinha urgência para que os filhos crescessem especialmente agora que estava envelhecendo e faltavam poucos dias para se tornar idosa.


Ela organizou o quarto direitinho para caberem as três camas lado a lado e ela poder se sentar para contar histórias para as meninas dormirem e melhorar a criatividade ao mesmo tempo. Os troninhos também ficavam no quarto e os meninos mais velhos ajudavam a limpá-los para que o quarto não ficasse fedendo.


Doriana tentava aprender a falar tagarelando com seu irmão mais velho. Ele fazia caretas engraçadas e também melhorava sua habilidade social. Poliana achava isso muito fofo - até acontecer alguma briga, mas não foi o caso agora.


Os meninos já estavam quase prontos para ir para a escola e tentar voltar com nota 10. Já tinham a habilidade motora desenvolvida e só precisavam ficar com as necessidades em dia. Poliana até deixou que eles vissem um filme de zumbis.


Poliana deu um último incentivo aos meninos durante o café da manhã enquanto as trigêmeas iam acordando para viverem seu dia de descobertas deste mundo maravilhoso. "Voltem com nota 10, queridos, mas se não voltarem, não tem problema" (tem sim).


As trigêmeas passaram o dia revezando para aprender a usar o troninho, brincar com os blocos e com os brinquedos da caixa mágica de brinquedos. Poliana supervisionava tudo, às vezes de perto, às vezes de longe. Tudo indicava que logo, logo, essas meninas iriam crescer.


Às três horas da tarde, os gêmeos chegaram da escola com notas 10 e felizes da vida por poderem virar adolescentes. Agora era a hora mais feliz para Poliana, tirar o bolo da geladeira e colocar as velas.


Felipe, o filho maligno que curtia ver os outros sofrer, se tornou um amante da música e aspirante a feiticeiro. Mais um que iria morar na cidade dos bruxos junto com as primogênitas jovens bruxas, Poliana I e Mariana. Ele tinha muito a aprender. Seu estilo era um dos mais peculiares de todos os filhos de Poliana, todo trabalhado em tons de azul turquesa: óculos, brincos longos, jaqueta e um anel de olho azul. Ser maligno era sorte sua, na verdade, pois, se fosse bonzinho, com certeza sofreria bullying por este look (mas ele está ótimo).


Romualdo, criança várias vezes chamuscada pelo vaso sanitário explosivo, era devorador de livros, mas até agora não tinha lido nenhum livro. Se tornou esnobe e um cérebro nerd. Poliana aproveitou para comprar um videogame para a família e incentivar o filho a jogar. Já era possível ter uma carreira jogando videogame e ele poderia começar praticando desde agora.


Os recém-nascidos Cassiano e Vicente, filhos do evasivo Príncipe Encantado, também envelheceram no mesmo dia. Cassiano, com seus cabelos de bebê que eram moda nos anos 90, era um bebê bobo. Poliana gostava quando tinha bebês bobos, pois eles tendiam a se encantar com qualquer coisa.


Vicente também veio com um corte de cabelo que lhe dava uma aparência de senhor de 60 anos, mas, como era um bebê, tudo fica fofo. Ele era angelical e já olhou para a mãe com olhinhos de anjinho.


Com o crescimento de Cassiano e Vicente, Poliana agora tinha cinco bebês ao mesmo tempo e ela sentia a pressão baixar só de lembrar deste fato - ou mesmo quando via a danação que a casa estava. Ela precisava também ajeitar o quarto para caberem todas as caminhas.


Os bebês iam se conhecendo, aprendendo a dividir os brinquedos e Poliana foi ajudando os dois novatos a usar logo o troninho, pois era a necessidade que mais demorava a progredir.


Ela estava virando expert em ser multitarefa na educação dos filhos. Enquanto ensinava um a usar o troninho, brincava com o outro para desenvolver a motricidade. Mas ela estava ficando exausta e precisava que os adolescentes acordassem logo para ajudar um pouco em casa.


A prioridade, porém, era sempre a tarefa de casa que os dois foram logo fazer juntos para terminar mais rápido. Felipe agora usava um hoodie com colar e boné, se achando o próprio rapper cancelado. 


Com as camas novas arrumadas no quarto - este quarto parecia muito pequeno, mas cabiam até sete crianças lá - Poliana continuava cuidando dos bebês sem parar desde de manhã cedo. A pobre mãe era uma heroína não remunerada.


Ela nem podia contar muito com a ajuda dos meninos, pois a prioridade era que eles crescessem. O tempo estava passando para Poliana e ela precisava engravidar o quanto antes. Felipe queria aprender a jogar xadrez e Romualdo foi ser um gamer, como a mãe havia recomendado. 


Poliana já estava enlouquecendo com os cinco bebês enchendo a casa com suas perninhas desequilibradas. Seu foco era nas trigêmeas, que deviam estar prontas para crescer ao mesmo tempo.


Para não perder o costume, os filhos de Poliana continuavam correndo pelados em volta da casa. Desta vez, foi a bondosa Adriana, que até parou para fazer umas flexões e depois foi embora. Poliana se perguntava quando esta loucura iria terminar?


Felipe e Romualdo voltaram da escola com notas boas, mas ainda sem nota 10. Eles estavam confiantes que conseguiriam envelhecer no segundo dia de aula, será? Poliana estava ansiosa.

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