uma mão segurando um algodão
(apenas um algodão tirado de um pé de algodão)

Por que procuramos amor, mas esquecemos o amor que já temos? Durante muito tempo achei que o amor que já tinha me bastava, eu não precisava sair por aí buscando ser amada. Mas aí, de repente, descobri que poderia sentir o amor de outras pessoas e seres e gostei. Não estou falando de amores necessariamente românticos. Amizades, bichos, natureza, palavras, tudo isso contém amor e não é algo que se explica, apenas se sente. Fico muitas vezes tão impressionada com as possibilidades de se combinar as vinte e seis letras do alfabeto para formar os mais diversos tipos de frases e transmitir ideias. Entretanto, nós, humanos, seres de linguagem, ainda não somos capazes de explicar tantas e tantas coisas no mundo. Quem explica o amor, se é algo que sentimos? 

Para mim, amar é um ato solitário. Duas pessoas que se amam, não se amam da mesma maneira nunca. Eu nem sei se faço algum sentido nas minhas frases. Logo eu, que nunca fui boa em expressar sentimento algum - nem mesmo a raiva, que é um sentimento mais simples - estou me atrevendo a elaborar o amor. Talvez a terapia esteja me dando algum tipo de coragem, ou ousadia. Talvez eu esteja elevando as expectativas de quem está lendo e espera algum tipo de resposta aos questionamentos aqui levantados. Sinto decepcionar. Aliás, ultimamente tenho tentado sentir algum tipo de paz em decepcionar as pessoas. Afinal, as expectativas são delas e eu não sou obrigada a satisfazê-las.

Voltando ao amor, eu já me peguei em situação de amar sozinha, de amar calada, de ser amada e não amar de volta - lembrando que não estamos falando apenas do amor romântico. E é tão estranho pensar nisso porque todas as sequências lógicas que minha mente faz para tentar explicar essas coisas só me leva a um lugar "o amor é um sentimento inventado". Mas não seriam todas as coisas inventadas? As palavras que explicam as coisas são inventadas, então quer dizer que o "amor" foi inventado. É um pouco triste pensar assim, de certa forma, talvez uma tentativa de tirar a poesia da coisa toda. Racionalizando demais para evitar as verdades duras.

O fato é que amar é incômodo. É bom e é ruim. Dói e cura. Cansa. Encanta. Sei lá. E eu não pretendo deixar de amar nunca.

1 Comentários

  1. O amor é um dos sentimentos mais nobres existentes. Gostei de sua reflexão sobre o amor e concordo que não amamos na mesma intensidade uns aos outros, e é aí que se encontra o questionamento se os outros nos amam como a gente ama e conforme a gente merece.

    Belas flores!

    Boa semana!

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    Até mais, Emerson Garcia

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