Espero que ninguém chegue neste blog procurando receita de muffin de banana, pois não vai encontrar. Eu fiz estes muffins agora à tarde enquanto estava procrastinando a preparação da aula de amanhã. Não sou uma grande cozinheira, mas de vez em quando faço muffins. Já tive uma fase cookies, cupcakes, bolos de microondas, tudo sempre na área da confeitaria e não gosto de nada que precise de batedeira - o que limita muito minhas escolhas. 

Hoje de manhã acordei com dor de cabeça e, na falta de dipirona pura, tomei o único remédio que tinha em casa: dorflex. Não me recordo de ter tomado esse remédio antes na minha vida inteira porque eu já tive arritmia cardíaca e ele é um dos que minha cardiologista havia proibido.

Depois de botar os muffins no forno, fui lavar a louça suja e, quando terminei, comecei a sentir dores musculares como se eu tivesse feito ginástica por horas. Os braços cansados e doloridos. Aí lembrei do dorflex. Mandei diversas mensagens pro meu marido que estava dando aula. Comecei a achar que estava tendo alguma reação alérgica e a sensação era de morte certa. E aí, o que toda pessoa que acha que está morrendo faz? Entra no google para pesquisar os sintomas, claro! Fui lá em "reações adversas a dorflex" e encontrei coisas assustadoras. Dentre elas, os sintomas que estava sentindo. Mandei mais mensagens irracionais para meu marido pedindo que ele me ligasse e tentei viver a vida normalmente - fui fazer um lanche, mesmo morrendo.

Meu marido é uma pessoa extremamente calma e tranquila. Se alguém precisa de acompanhante para uma cirurgia, ele é a melhor pessoa para estar lá. Eu sou aperreada. Porém, a gente se completa, porque ele tem um tempo de resposta mais lento. Por exemplo, estávamos num vôo para o Chile e uma moça começou a passar mal. A comissária perguntou se tinha algum médico. Eu basicamente empurrei ele pra ir ajudar porque ele não queria ir (ele é cirurgião buco-maxilo). Ele salvou a moça da morte (ela era asmática e estava roxa sem conseguir respirar). Outra vez, quando estávamos chegando em casa, tinha um acidente na rua que havia acabado de acontecer. Eu mandei ele ir lá socorrer as vítimas. Ele não queria ir. Eu parei o carro e joguei ele pra fora basicamente. Mais uma vez ele ajudou duas pessoas que estavam feridas.

Quando ele me ligou, eu relatei minhas dores. Ele perguntou porque eu não tinha ligado logo pra ele já que "estava morrendo". Obviamente respondi que não queria atrapalhar a aula dele. Ele me lembrou que eu tinha tomado o dorflex a uma hora da tarde e já eram sete da noite e não fazia sentido eu ter reação depois de tanto tempo. Ele perguntou o que estava fazendo e eu disse que estava comendo um lanche. Qual era o lanche? Pão com creme de castanha, muffin de banana quentinho e capuccino. Por que estava tomando capuccino? Porque tinha lido alguém dizendo no google que tomar leite corta o efeito do remédio. Rimos bastante das minhas escolhas extremamente irracionais para solucionar problemas. Desligamos.

Depois que terminei meu lanche, mandei uma mensagem pra ele: "parei de morrer". Agora estou enjoada.

4 Comentários

  1. Menina, eu sei que o assunto é sério, mas eu ri da situação. Ainda bem que a vida sempre nos dá um contrabalanço para a gente achar o equilíbrio. Eu fico feliz que você esteja viva e escrevendo. :)

    Um beijo,
    Fernanda Rodrigues | contato@algumasobservacoes.com
    Algumas Observações
    Projeto Escrita Criativa

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois é, eu sempre fui mais exagerada e meu marido me bota no chão. Beijos, Fê! :)

      Excluir
  2. Os opostos se atraem. Gostei muito dessa sua relação amorosa com seu marido.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar com muitos posts interessantes. Não deixe de conferir!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

    ResponderExcluir

Leave a comment